O Ganso de OuroPágina 3 / 6
ficaram pregadas às penas da ave e não conseguiu tirá-las.
Apareceu então a mais nova e também quis arrancar uma pena. Aproximou-se do ganso
mas, sem querer, roçou no braço da irmã. Mal lhe tocou, nunca mais se pôde soltar. A
terceira filha entrou também na sala, com a mesma intenção. As irmãs começaram a
gritar:
– Afasta-te de nós, pelo amor de Deus, afasta-te!
Mas a rapariga não compreendeu porque razão não podia aproximar-se das irmãs.
«O que elas querem é arrancar todas as penas a este ganso – pensou para consigo. –
Porque não hei-de eu fazer o mesmo?»
E agarrou o braço da mais nova. Mal lhe tocou, nunca mais se pôde soltar. As três irmãs
tiveram que passar a noite toda junto do ganso, sem se poderem separar umas das
outras.
No dia seguinte, de manhã, o Parvo foi buscar o ganso, meteu-o debaixo do braço e foise
embora, sem se importar com as três raparigas que foram atrás dele. As pobres
pequenas eram obrigadas a segui-lo a toda a velocidade para onde quer que lhe
apetecesse ir. Andaram assim durante algum tempo através dos campos até que
encontraram o cura da aldeia.
– Onde é que vocês vão, suas malucas? – Perguntou ele quando viu passar o estranho
cortejo. – Não têm vergonha de correr dessa maneira atrás de um rapaz? Isso não lhes
fica bem, com franqueza!
E o cura tentou puxar a mais nova pela mão. Mas, mal lhe tocou, nunca mais se pôde
soltar e não teve mais remédio senão segui-la! Mais adiante, encontraram o sacristão
que ficou muito espantado ao ver o cura tomar parte naquela cegada.
– Senhor cura! – Gritou ele. – Onde vai com tanta pressa? Não se afaste muito, porque
temos hoje um baptizado!
E tentou segurar o cura pela manga da batina, mas, mal lhe tocou, nunca mais se pôde
soltar e foi obrigado a segui-lo.
Dois lavradores voltavam do campo, com os sachos às costas, e ficaram muito