O Ganso de OuroPágina 2 / 6
queres ser tu a conseguir? Não, não, não tens jeito para isso.
Mas o parvo insistiu tanto que, já farto de o ouvir, o pai deu licença.
– Está bem, vai! – Disse ele. – Afinal, fazendo as coisas é que se aprende.
A mãe deu-lhe uma fatia de pão seco e uma cabaça de cerveja ordinária.
Quando chegou à orla do bosque, o Parvo encontrou o velho de cabelos brancos, que lhe
deu os bons-dias.
– Ofereces-me um bocado do teu pão e deixas-me beber um gole do que tens na cabaça?
– Perguntou o homenzinho. – Estou cheio de fome e de sede.
– Só tenho pão seco e cerveja amarga – respondeu o Parvo. – Mas se te serve, ofereço-te
de boa vontade. Vamos sentar-nos no chão e comer os dois.
Sentaram-se e comeram. Então o Parvo verificou que o pão estava cheiro de manteiga e
que a cerveja ordinária se transformara num óptimo vinho. Comeram e beberam
regaladamente, e depois o velho disse ao Parvo:
– Como tens bom coração e divides de boa vontade o que te pertence com os outros,
vou dar-te uma recompensa. Vês este carvalho velho? Tens de o cortar, porque há uma
coisa para ti escondida debaixo das suas raízes.
Mal disse estas palavras, o velho desapareceu. O Parvo seguiu o conselho do velho e
cortou a árvore. Agachado no meio das raízes encontrou um ganso com as penas todas
de ouro. Agarrou nele, meteu-o debaixo do braço e partiu à aventura. Ao entardecer
chegou a uma estalagem e resolveu passar ali a noite.
O estalajadeiro tinha três filhas, que ficaram muito admiradas por verem uma ave tão
extraordinária. E todas queriam possuir uma pena daquele ganso.
– Hei-de arranjar maneira de lhe arrancar ao menos uma – disse para consigo a mais
velha.
Aproveitando a ocasião em que o Parvo se foi deitar, sem levar consigo o ganso,
agarrou o animal pelas asas para lhe arrancar uma pena de ouro. Mas as suas mãos