O gênio da garrafaPágina 2 / 4
- Mais devagar! - respondeu o estudante. -- As coisas não vão assim tãodepressinha! Primeiro eu preciso ter certeza de que você, com este tamanhotodo, estava de fato dentro dessa pequena garrafa, e de que você é o gênioverdadeiro; se você puder entrar e caber lá dentro de novo, então vou acreditare poderá fazer comigo o que quiser.O gênio falou, cheio de arrogância:- Isto não é problema! - e começou a se encolher e ficou tão fino e pequenocomo estivera antes, de modo que se enfiou, pela mesma abertura no gargalo,para dentro da garrafa.Mas nem bem ele estava lá dentro, o estudante tampou depressa a garrafacom a mesma rolha, pôs a garrafa de volta no antigo lugar, e o gênio foilogrado.Agora o estudante queria voltar para junto do pai, mas o gênio gritou,muito lamentoso:- Deixe-me sair! Ó, deixe-me sair!- Não, - respondeu o estudante - você iria me enganar como da primeiravez.- Você está pondo a perder a sua própria felicidade - disse o gênio. - Eunão lhe farei mal, mas vou recompensá-lo ricamente.O estudante pensou: “Vou tentar; quem sabe ele mantém a palavra; eu nãodeixarei que ele me faça mal”.Então tirou a rolha, e o gênio saiu como da primeira vez, espreguiçou-se eficou do tamanho de um gigante.- Agora você terá a sua recompensa - disse ele, entregando ao estudanteum pequeno pano, que parecia um emplastro, e continuou: - Se você esfregarum ferimento com uma ponta dele, a ferida se fechará; e se esfregar ferro ou açocom a outra ponta, o metal se transformará em prata.- Preciso experimentar isso - disse o estudante.Pegou o seu machado, feriu a casca de uma árvore com ele, e esfregou ocorte com uma ponta do emplastro; imediatamente o corte se fechou e a cascasarou.- Muito bem, a coisa funciona - disse ele ao gênio. - Agora podemos nosseparar.O gênio agradeceu-lhe pela sua libertação e o estudante agradeceu aogênio pelo presente e voltou para junto do pai.- Por onde você andou passeando? - perguntou o pai. - Por que esqueceu otrabalho? Bem que eu disse logo que você não seria capaz de fazer coisaalguma.- Não se zangue, pai; eu vou alcança-lo.