O Ganso de OuroPágina 1 / 6
Um homem tinha três filhos. O mais novo estava sempre a ser vítima das troças dos
irmãos, que lhe chamavam Parvo. E, assim, ficou com essa alcunha.
Certa manhã, o mais velho resolveu ir cortar lenha ao bosque. A mãe preparou-lhe uma
fatia de pão com manteiga e deu-lhe uma cabaça de vinho para matar a sede. À entrada
do bosque, o rapaz encontrou um velhinho de cabelos brancos que lhe deu os bons-dias.
– Ofereces-me um bocado da tua fatia de pão e deixas-me beber um gole do teu vinho?
– Perguntou-lhe o homem. – Estou cheio de fome e de sede.
Mas o rapaz não tinha bom coração e respondeu:
– Se te dou do meu pão e do meu vinho, já não chega para mim. Vai à tua vida!
Deixou ali ficar o velho e entrou no bosque. Meteu-se ao trabalho, mas não tardou que
fosse castigado pelo seu egoísmo. Ao cortar um tronco, pôs um pé em falso, o machado
escorregou-lhe da mão e fez-lhe um golpe no braço. Tinha sido uma praga rogada pelo
velhote que encontrara no caminho. O rapaz teve de voltar à pressa a casa e tratar do
ferimento.
No dia seguinte, o segundo filho foi também ao bosque. A mãe arranjou-lhe, como para
o mais velho, uma fatia de pão com manteiga e uma cabaça de vinho.
Encontrou também o velhinho de cabelos brancos, que lhe pediu igualmente um bocado
do seu pão e um gole do seu vinho. Mas, tal como o irmão, o rapaz não era caridoso.
– Se te der, fico com menos para mim – respondeu ele. – Não me maces!
Deixou lá ficar o velho e entrou no bosque. O castigo não se fez esperar. Logo às
primeiras machadadas que deu numa árvore, o machado escapou-se-lhe das mãos e
feriu-lhe uma perna. E custou-lhe muito andar até à casa dos pais.
– Deixe-me ir também cortar lenha ao bosque – pediu o Parvo ao pai, no dia seguinte.
– Bem viste que os teus irmãos não foram capazes – respondeu o homem. – Como