A água da vidaPágina 1 / 3
Era uma vez um rei muito poderoso que vivia feliz e tranquilo em seureino. Um dia adoeceu gravemente e ninguém esperava mais que escapasse.Seus três filhos estavam consternados vendo o estado do pai piorar dia a dia.Choravam no jardim quando surgiu à sua frente um velho de aspecto venerávelque indagou a causa de tamanha tristeza. Disseram-lhe estar aflitos por causada enfermidade do pai, já que os médicos não tinham mais esperanças de osalvar. O velho lhes disse: “Conheço um remédio muito eficaz que poderá curá-lo; é a famosa Água da Vida. Mas é muito difícil obtê-la.” O filho mais velhodisse: “Vou encontrá-la, custe o que custar.” Foi imediatamente aos aposentosdo rei, expôs-lhe o caso e pediu permissão para ir em busca dessa água. “Não.Sei bem que essa água maravilhosa existe, mas há tantos perigos a vencer antesde chegar à fonte que prefiro morrer a ver um filho meu correndo esses riscos”disse o rei. O príncipe porém insistiu tanto que o pai acabou por consentir. Emseu íntimo o príncipe pensava: “Se conseguir a água me tornarei o filhopredilecto e herdarei o trono.” Partiu pois montado em rápido corcel nadirecção indicada pelo velho. Após alguns dias de viagem, ao atravessar umafloresta viu um anão mal vestido que o chamou e perguntou: “Aonde vais comtanta pressa?” “Que tens com isso, homúnculo ridículo? Não é da tua conta”respondeu altivamente sem deter o cavalo. O anão se enfureceu e lhe rogouuma praga. Pouco adiante o príncipe se viu entalado entre dois barrancos;quanto mais andava mais se estreitava o caminho, até que não pôde maisavançar nem recuar, nem voltar o cavalo nem descer. Ficou ali aprisionadosofrendo fome e sede mas sem morrer.O rei esperou em vão sua volta. O segundo filho, julgando que o irmãotivesse morrido, ficou contentíssimo pois assim seria o herdeiro do trono. Foiter com o pai e lhe pediu para ir em busca da Água da Vida. O rei respondeu omesmo que ao primeiro; por fim cedeu ante a insistência do rapaz. O segundopríncipe montou a cavalo e seguiu pelo mesmo caminho. Quando atravessava afloresta surgiu-lhe o anão mal vestido e lhe dirigiu a mesma pergunta: “Paraonde vais com tanta pressa?” “Pedaço de gente nojento! Sai da minha frente senão queres que te espezinhe com meu cavalo.” O anão lhe rogou a mesmapraga, assim o príncipe acabou entalado nos barrancos como o irmão.