O Gato de BotasPágina 1 / 4
Era uma vez um moleiro muito pobre, que tinha três filhos. Os dois mais velhos eram preguiçosos e o caçula era muito trabalhador.
Quando o moleiro morreu, só deixou como herança o moinho, um burrinho e um gato. O moinho ficou para o filho mais velho, o burrinho para o filho do meio e o gato para o caçula. Este último ficou muito descontente com a parte que lhe coube da herança, mas o gato lhe disse:
- Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e, em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou um asno.
Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou as botas e, pondo o saco às costas, encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira. Quando ali chegou, abriu o saco, meteu-lhe uma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto.
Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijo e dirigiu-se para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei, dizendo-lhe:
- Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lhe entregasse este coelho. Guisado com cebolinhas será um prato delicioso.
- Coelho?! – exclamou o rei.
- Que bom! Gosto muito de coelho, mas o meu cozinheiro não consegue nunca apanhar nenhum. Diga ao teu amo que eu lhe mando os meus mais sinceros agradecimentos.
No dia seguinte, o gatinho apanhou duas perdizes e levou-as ao rei como presente do marquês de Carabás.
Durante um tempo, o gato continuou a levar ao palácio outros presente, todos dizia ser da parte do Marquês de Carabás.
Um dia o gato convidou seu amo para tomar um banho no rio. Ao chegarem ao local o gato disse ao jovem
- De hoje em diante seu nome será Marquês de Carabás. Agora, por favor, tire sua roupa e entre na água.
O rapaz não estava entendendo nada, mas como confiava no gato atendeu seu pedido.
O gato havia levado rapaz no local por onde devia passar a carruagem real.